Mercado de trabalho de RP está em expansão

Para se dar bem na área, profissional precisa ter fluência em outro idioma.
Mercado cresce 15% ao ano.
Fernanda Bassette Do G1, em São Paulo

O mercado de trabalho para os profissionais formados em relações públicas está aquecido e em plena fase de expansão, segundo especialistas da área ouvidos pelo G1. Levantamentos feitos pelo Conselho Regional dos Profissionais de Relações Públicas de São Paulo e Paraná (Conrerp) apontam que o mercado de relações públicas têm crescido 15% ao ano por causa dos constantes investimentos no país. "Acredito que essa seja uma carreira das mais promissoras para os próximos 20 anos", disse Elaine Lina, presidente do Conrerp.
Segundo o professor Luiz Alberto de Faria, vice-presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), o mercado se fortaceleu na década de 90, quando as empresas passaram a se preocupar mais com a sua imagem. "As empresas ficaram mais preocupadas com a credibilidade e começaram a contratar profissionais especializados para cuidar da comunicação", disse.
De acordo com Faria, a maior oferta de vagas está nas agências, nas empresas que fazem assessorias de comunicação e nas ONGs, que cada vez mais procuram um profissional capacitado para lidar com a comunicação interna e externa. "O Brasil possui mais de mil agências de relações públicas, 60% delas estão concentradas em São Paulo. O mercado está movimentado e com condições de absorver os recém-formados", afirmou.

Média salarial
Não há um piso salarial para os profissionais formados em relações públicas, portanto o salário depende da região e da empresa em que a pessoa vai trabalhar ou prestar serviços. Mas, segundo Elaine, um recém-formado deve sair da faculdade com um salário em torno de R$ 1.500 até R$ 2.000. Os estagiários recebem entre R$ 600 e R$ 800.
"A procura por profissionais de relações públicas aumentou muito, então os recém-formados vão encontrar emprego sim", avalia a presidente do Conrerp. A mesma opinião tem Angelina Gonçalves de Faria Pereira, presidente do Conselho Federal dos Profissionais de Relações Públicas (Conferp). "O mercado sente essa necessidade e vai absorver os profissionais gradativamente", disse.
Segundo os profissionais ouvidos pelo G1, o profissional precisa reunir algumas características básicas para conseguir um bom destaque no mercado de trabalho: conhecimento técnico, cultura geral, conhecimento em administração e economia, dinamismo, capacidade de raciocínio e fluência em outro idioma.
> Comentário: Já tinha lido essa matéria há algum tempo e achei ela muito interessante. Dá esperança pra quem pretende se formar na área (até demais!)...Com relação à estimativa salarial, achei muito baixa pra um recém graduando mas essa é a realidade do mercado pra muitas profissões, não apenas RP então...que continuemos obstinados gente!

Aprendendo com a crise e o papel da comunicação

É inevitável toda e qualquer organização seja da natureza que for, do ramo de negócio que atue e das atividades que execute estará sempre sujeita a passar por uma situação de crise. Com ela vem um arranhão na imagem frente aos públicos com os quais a organização se relaciona que precisa urgentemente ser minimizado. Os dois destaques propositais servem pra dois pontos onde quero chegar. Primeiro num momento de crise a diferença pode estar na rapidez com que a organização toma atitudes e ações para reverver o quadro. Quanto mais rápido agir, maiores serão as condições de lidar com a crise. O outro ponto diz respeito a um efeito minimizado do abalo na imagem. Não é de se esperar após atravessar um momento de caos, aquele abalo na imagem causado pela crise vá desaparecer por completo. Só com o tempo isso é possível ocorrer, mesmo assim o estrago gerado lá atrás pode continuar gerando reflexos.

Com o incremento dos aparatos tecnológicos de comunicação (internet, telefonia móvel, TV digital) a informação circula cada vez mais rápido. A condição espaço-temporal não é mais tão determinante quanto era tempos atrás. Para Rosa "[...] as crises só existem porque vivemos num mundo tão interligado que um problema que, em princípio, diria respeito apenas a uma empresa ou a uma comunidade distante pode adquirir imediatamente uma dimensão muito maior [...]". (ROSA, 2001, p. 24) E a Comunicação, onde entra nisso? Bem, a comunicação pode ser tanto uma aliada na administração de crises como também uma vilã. A agilidade de disseminação do conteúdo informativo pelos veículos de comunicação faz com que uma crise momentânea seja estendida alimentada por falsos boatos. Na crise é importante manter a imprensa informada da melhor maneira possível para evitar que isso ocorra. O conhecido boca-a-boca pode também gerar um dano a reputação da organização. Daí a importância da área de comunicação nas organizaçoes, já que ela possibilita contornar determinada situação de crise através da estabelecimento de canais de diálogo com os públicos afetados direta e indiretamente pela crise (clientes, funcionários, investidores, comunidade externa).

Ela chegou e a agora o que fazer?

O primeiro passo num momento de crise é criar um comitê de gerenciamento de crise com membros de diferentes áreas da organização para coordenar todas as ações de contingência. Na verdade o comitê já deve existir antes mesmo da crise ocorrer. Também é aconselhável a escolha de um porta voz oficial que fará a transmissão de informações à imprensa. O recomendado é que apenas uma pessoa faça isso para evitar informações desencontradas. Forni diz "O porta voz deve conhecer profundamente a empresa e o problema. Deve saber expressar-se, passar credibilidade ao falar, manter-se calmo mesmo sob forte pressão e ter sido treinado para lidar com a imprensa". (FORNI, 2002, p.375).

Algumas medidas importantes a serem adotadas em momentos de crise
* Nao parar de operar. É imprescindível manter a normalidade em momentos de crise.
* Disponibilizar linhas telefônicas para atender os públicos envolvidos.
* Manter a imprensa por perto. É comum as organizações disponibilizarem espaços dentro da própria empresa para que os profissionais da imprensa atuem.
* Criar uma investigação interna para apurar os fatos que geraram a crise.
* E acima de tudo agir. Não se pode ficar parado num momento em que mais a organização precisa vir a público para prestar esclarecimentos.

Feito tudo isso as chances da organização superar a crise ficam bem mais acentuadas. Assim a comunicação presta um papel essencial nesse processo ao possibilitar uma recuperação da imagem arranhada. De qualquer forma, a crise possibilita uma chance de aprendizado única e traz lições possíveis tão somente em momentos como esses. Certamente, aquelas organizações que enfrentam um momento de crise se tornam mais preparadas para novas tormentas.

Referência:
FORNI, João José. Comunicação em tempo de crise. In: DUARTE, Jorge. Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia - Teoria e técnica. 2a. ed. São Paulo, Atlas, 2003.

RODRIGUEZ, Carolina. Administração de crises: a importância da comunicação. Disponível em <http://www.comtexto.com.br/2convicomcomcomunicaCarolRodriguez.htm> Acesso em 15 jul. 2008.

ROSA, Mário. A Síndrome de Aquiles - Como lidar com as crises de imagem. São Paulo, Editora Gente, 2001.

Assessoria de Imprensa: Jornalismo ou RP?

No Brasil, a atividade de Assessoria de Imprensa é pauta de discussões acirradas entre Jornalistas e Relações Públicas. O instrumento é utilizado para tratar da gestão do relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa ou órgão público e a imprensa.

A grande maioria dos países admite a A.I. como uma atividade de R.P., já no Brasil, inexplicavelmente, a atividade é mais relacionada ao jornalismo. Digo inexplicavelmente porque, de acordo com a definição da atividade, o profissional mais capacitado para desempenhar esta função é aquele que tem conhecimento acerca da relação entre a organização, seus públicos e a imprensa, bem como das teorias das organizações e comunicação organizacional. Sendo assim, os jornalistas não preenchem requisitos mínimos e essenciais para exercer a atividade com qualidade e competência.

Marcello Chamusca, profissional de Relações Públicas e compartilhador de minhas opiniões, já disse em seu Blog que “a atividade de AI, apesar da nomenclatura, não cabe no perfil do profissional de jornalismo e sim na do profissional de RP que é formado para trabalhar a comunicação organizacional, é formado para utilizar as ferramentas necessárias para entender melhor o funcionamento da comunicação de uma organização e, conseqüentemente, melhores condições de geri-la. Da mesma forma que um relações públicas não está apto a exercer a função de repórter, por exemplo, já que não tem formação para isso. Pode até fazer, por aptidões pessoais ou autodidatismo, mas, genericamente, não está preparado para fazê-lo.”

Para assegurar um bom desempenho, o assessor de imprensa deve possuir conhecimentos que se mostram específicos das R.P., como listou Marcello Chamusca:

  • “técnicas para mediar interesses da organização e seus públicos;
  • técnicas para mediar conflitos e buscar a cooperação em todos os níveis organizacionais;
  • técnicas de gerenciamento de crises internas e externas a partir do profundo conhecimento que o RP deve possuir das políticas da organização, já que muitas delas são criadas ou sugeridas por ele, e das opiniões e expectativas dos seus públicos;
  • técnicas para gerenciar as redes de comunicação, estrategicamente, de forma integrada;
  • o desenvolvimento da perspectiva das individualidades nas relações com públicos diferenciados; e, finalmente,
  • a noção de que a Imprensa é um público e como tal deve ser estudado e tratado pelas suas especificidades e não homogeneamente como um jornalista, que não tem na sua formação o domínio das técnicas de RP, o trataria.”
Ou seja, para o exercício da A.I., o profissional deve contar com conhecimentos presentes na grade curricular do RP e não do jornalista e, a não ser que o último seja autodidata ou tenha se especializado em RP, não possui os conhecimentos necessários para obter um bom desempenho na Assessoria de Imprensa.

Sim, esta é uma discussão antiga e não pretendo encerrá-la aqui com meus humildes comentários, mas é preciso que os RR.PP. se disponham a debater sobre o assunto e defender a consolidação do seu papel como assessor, e não entregar a atividade a profissionais preparados para desempenhar outras atividades e não a Assessoria de Imprensa.


Referência: http://www.sobresites.com/relacoespublicas/colunas/assessoriadeimprensa.htm
 
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